Governo do Rio não negocia: greve dos policiais e bombeiros pode começar dia 10
Cabral diz que greve de polícias não chegará ao Rio; lideranças farão assembleia na quarta
06/02/2012
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse nesta segunda-feira (6) que a população do Estado “pode ficar tranquila quanto à manutenção da segurança pública para o Carnaval deste ano”. Segundo o governador, os rumores de orquestração de um movimento para a realização de greves das polícias em todo o país não prosperariam no Estado.
“Sabemos da tentativa de uma orquestração política para desestabilizar o Estado, mas isso vem de um grupo reduzido, um grupo que faz oposição irresponsável ao nosso governo, mas a corporação não vai se contaminar”, disse Cabral, em entrevista à rádio CBN.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deve passar a considerar hoje projeto de lei enviado pelo governo para conceder reajuste aos policias militares e civis, além de bombeiros e inspetores. Segundo a Casa Civil do Rio, o impacto orçamentário do reajuste será de R$ 211 milhões este ano, e o reajuste contempla ainda aposentados e pensionistas.
Para Wanderlei Ribeiro, presidente da Associação de Praças e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (Aspra-RJ), a greve não está descartada. Ele diz que o governo tem se recusado a discutir com o movimento, e o reajuste oferecido não atende às reivindicações.
“Queremos sentar para conversar, mas o governador se recusa. Não é possível dizer se vai haver greve ou não, a assembleia vai decidir isso, mas não se pode dizer que o governador não teve a chance de atuar para contornar a situação caso a greve de fato aconteça”, disse Ribeiro.
Já Francisco Chao, inspetor de polícia e diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindipol-RJ), diz que um dos maiores problemas é que o salário está composto por gratificações que perdem o efeito numa série de situações – como afastamento por licença média – além da grande disparidade nos salários entre os membros da corporação que tem formação equivalente.
“Na Polícia Civil a questão da greve não é novidade. Fizemos duas greves em 2007. Polícia boa e barata não existe, é necessário dignidade salarial. Além disso, a disparidade é muito grande entre agentes e delegados de polícia em inicio de carreira e a polícia não se limita a delegados”, disse Chao.
O Sindipol-RJ pretende realizar assembleia na noite desta quarta-feira (8) para decidir sobre um indicativo de greve. Já na quinta-feira (9), policiais militares, civis e bombeiros pretendem se reunir em assembleia conjunta na Cinelândia para deliberar sobre possível greve geral da segurança no Estado.
Fonte: Veja / uol notícias
Também na rádio CBN Rio, governador diz que policiais estão satisfeitos com o tratamento dado pelo governo do Rio e afirma que não haverá greve. A entrevista, que transformou-se em discurso, pois não teve perguntas, foi realizada sem ouvir os pleitos dos policiais e bombeiros. Acesse aqui e ouça.
Já na TV Record, os profissionais de segurança foram ouvidos. Veja vídeo da entrevista: