Sindicato de Policiais Civis se une contra “pacote da maldade”
Policiais Civis, penais, militares e bombeiros se concentraram nesta quarta-feira (15 de setembro) em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), para protestar contra projetos do governo do Estado, que alterariam inúmeros benefícios de servidores públicos. Os projetos foram apresentados pelo governador Cláudio Castro, após o governo federal impor contrapartidas para que o Estado do Rio de Janeiro permaneça no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).Os benefícios perdidos fariam com que os policiais civis tivessem as carreiras prejudicadas em diversos aspectos. Nova idade mínima de aposentadoria: 62 anos para mulheres; 65 para homens, extinção da progressão automática de carreira, extinção da gratificação de tempo de serviço (triênios), são algumas das mudanças incluídas no pacote que vem sendo chamado pelos servidores de “pacote da maldade”.
A adesão ao RRF suspende o pagamento de dívidas do Estado do Rio de Janeiro com o Governo Federal por um ano e permite, a partir de 2022, o pagamento parcelado em nove anos. Porém, o Sindipol não concorda que o pagamento das dívidas contraídas por gestões mal administradas seja feito pelos policiais. O vice-presidente do Sindicato de Policiais Civis do Rio de Janeiro (Sindpol/RJ), Luiz Cláudio Cunha, fala sobre a ação que aconteceu hoje, realizada por profissionais da segurança pública, na ALERJ. “As nossas falas foram todas sobre os assuntos mais relevantes do momento, a perda de direitos dos policiais civis. A extinção de triênio, extinção de paridade, da integralidade, regras de transição para aposentadoria, estabelecimento de idade mínima para aposentadoria de policiais, o que seria totalmente incompatível com o exercício do trabalho policial em razão da sua necessidade especial. Nós já vínhamos conversando com vários deputados sobre o assunto e a mensagem que o governo nos mandou é uma mensagem que em absoluto não nos atende, ao contrário avilta os policiais,cria regras de divisão, por exemplo, deixando parte dos policiais civis dentro da regra de paridade e integralidade, em um regime previdenciário. Caso isso ocorra, irá transformar a carreira de policial civil numa carreira que não vai interessar a ninguém. A nossa preocupação é com a manutenção do porte da qualidade da polícia civil. É um pacote de retrocessos a direitos adquiridos durante anos e anos de luta. São profissionais que colocam suas vidas muitas vezes em prol de defender a sociedade e pessoas em defesa. Ele ainda lembrou das famílias. Se este pacote que o governo mandou for aprovado e não for modificado nós não teremos polícia civil no futuro, pois ninguém vai se interessar em ser policial civil, em razão de que os direitos foram suprimidos. Qualquer tipo de vantagem que venha em contrapartida ao sacrifício de ser policial civil já está sendo suprimida agora nesse “pacote de maldade”. Isso não é possível! Nós não podemos concordar com isso. Então, hoje foi o primeiro grito conjunto das categorias de segurança pública e o primeiro grito da categoria policial civil. O Sindpol capitaneou isso. Estivemos presentes e nos posicionamos com clareza, com ordem, civilidade, sem tumulto ou violência. Na verdade, somos trabalhadores do estado do Rio de Janeiro que querem e merecem respeito! Estamos aqui buscando isso!” afirma Luiz Claudio. O vice presidente também afirma que estão preparando uma contraproposta, mas por enquanto, eles recusam todo o projeto.