SINDPOL RJ já denunciou: população começa a reclamar e colapso na PCERJ é questão de tempo!
SINDPOL RJ já denunciou: população começa a reclamar e colapso na PCERJ é questão de tempo!
Vítimas se queixam de demora e descaso na hora de registrar queixas. Polícia Civil reconhece problemas e diz que estuda mecanismos para ganhar mais agilidade.
Por Bruno Menezes (O dia – 23/04/2012)
Rio – O lanche de domingo, no Centro de Belford Roxo, se transformou em dor de cabeça e num intenso exercício de paciência para o motoboy Rêmulo Sena Furtado, de 27 anos. Após ser assaltado, Rêmulo precisou esperar mais de 10 horas para conseguir registrar a ocorrência na 54ª DP (Belford Roxo). Assim como o motoboy, muitos cidadãos enfrentam problemas no atendimento em diversas unidades do estado, principalmente na Zona Oeste e em São Gonçalo.
Às 21h do dia 15, Rêmulo seguia com a mulher para uma lanchonete no Centro de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O casal foi atacado por dois criminosos em uma moto e os bandidos levaram documentos, dinheiro, aparelho celular e até as alianças do casal. “Aqui está tendo muito assalto. E ainda não conseguimos registrar a ocorrência. Vim na delegacia na terça-feira e aguardei das 21h às 3h30. Na quarta-feira à tarde, foram mais quatro horas de espera. Isso é vergonhoso”, desabafa o motoboy.
Quem procura atendimento na 74ª DP (Alcântara), por exemplo, precisa esperar, em média, três horas para conseguir ser atendido pelo policial de plantão. Na sexta-feira, Mirian da Silva Rodrigues, de 36 anos, ficou ainda mais tempo na unidade para comunicar o roubo de sua bolsa. “O atendimento é péssimo. Ainda somos tratados com grosseria. É muito irritante”, reclama.
A Polícia Civil reconhece os problemas no atendimento e estuda mecanismos para priorizar qualidade e agilidade nas delegacias. Em nota, o órgão diz que “pretende dar mais dinâmica ao serviço”.
Falta de agentes é agravante
Agentes revelam que o atendimento fica comprometido pela falta de policiais nos plantões ou quando a unidade é a central de flagrantes da região, como é o caso da 33ª DP (Realengo). “Estou esperando para ser atendida há cinco horas. É uma vergonha”, avaliou a servidora Lúcia Coelho, de 56 anos, na quarta-feira.
A estrutura das unidades também é alvo de queixas. “Falta até cadeira para quem está fazendo uma queixa”, alerta Lúcia.
Na 74ª DP, o banheiro masculino não tem mais porta. Em outras 12 delegacias visitadas por O DIA, há reclamações de falta de papel higiênico, pias sem torneiras, mictórios interditados, falta d’água e bebedouros quebrados.
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O SINDPOL RJ – Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro denunciou no dia 31/03/2012 o colapso que pode ocorrer na Polícia Civil do Rio caso não seja realizada uma política de valorização profissional urgente. Clique em Polícia Civil a beira de um colapso e leia a matéria produzida pelo SINDPOL RJ.
Ainda há relatos de fatos que a população desconhece, como o aumento da carga horária de policiais civis em algumas delegacias. Aqueles que trabalham em regime de expediente, agora, estão sendo obrigados a cumprir a chamada “escala de reforço de apoio ao plantão”, criada para reduzir o tempo de espera para fazer os registros de ocorrências. Os agentes que já estão sobrecarregados vão trabalhar ainda mais. O que a população não sabe é que cada policial deslocado para o plantão, é um a menos para trabalhar inquéritos e investigações, prejudicando ainda mais as soluções dos crimes registrados.
Como o SINDPOL RJ denuncia há tempos, apenas uma política de valorização salarial e estrutural pode solucionar efetivamente os problemas narrados. Soluções paliativas, como o reforço do plantão, apenas servem para enganar a população e aumentar o risco de colapso estrutural na PCERJ.