SERVIDOR: ADIAMENTO DE LEILÃO DEIXA FUNCIONALISMO ESTADUAL APREENSIVO
O presidente do SINDPOL-RJ e diretor de interesse de classe da COLPOL-RJ, Marcio Garcia, falou ao jornal O DIA, edição desta sexta-feira (27/10), sobre a insatisfação da categoria com mais um adiamento no pagamento das dívidas do Governo do Estado com os Policiais Civis:
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Marcio Garcia, disse que a notícia frustrou ainda mais a categoria. “Estamos dependendo disso para receber atrasados. Agora, a gente conta que o governo honre sua palavra e pague o que deve aos policiais”, afirmou ele, que questionou: “Vão acumular a folha do 13º de 2017 e como vão pagar isso?”.
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O adiamento do leilão para definir os bancos que darão o empréstimo de R$ 2,9 bilhões ao Estado do Rio deixou o funcionalismo apreensivo. O pregão ocorreria hoje, mas teve que ser reagendado para a próxima quarta-feira (dia 1º de novembro) a pedido do governo federal, conforme antecipou ontem a Coluna no DIA Online. De acordo com o estado, a mudança se deve à necessidade de publicação de um decreto presidencial, relativo às garantias da União para a operação.
É a segunda vez que o leilão é prorrogado: já foi marcado para o dia 24 deste mês e, depois, para esta sexta-feira (27), pois o estado teve que republicar o edital para autorizar a participação de mais de um consórcio.
Com todas essas mudanças, a angústia dos servidores só aumenta. Isso porque os recursos do empréstimo serão para quitar atrasados do funcionalismo, como décimo terceiro de 2016 (R$ 1,2 bilhão), horas extras da Segurança (R$ 40 milhões) e salário mensal.
A Coluna questionou a Secretaria Estadual de Fazenda sobre a estimativa de chegada do dinheiro nos cofres do Rio. A pasta afirmou que, após a realização do pregão, “o Estado do Rio de Janeiro, o Ministério da Fazenda e a instituição financeira vencedora concentrarão esforços para que os recursos cheguem aos caixas do estado o mais breve possível”. A Fazenda reafirmou que o empréstimo será utilizado para liquidar os passivos e colocar os salários em dia.
Agosto e setembro
O estado faz as contas para conseguir zerar dívidas com o funcionalismo. Além do 13º de 2016 e das horas extras da Segurança, o salário de agosto não foi pago a 15.375 ativos, aposentados e pensionistas. O valor em aberto é de R$ 163 milhões. E os vencimentos de setembro, que deveriam ter sido quitados no dia 16, estão em atraso para 221.604 vínculos, em um total de R$ 650,3 milhões.
Muspe
Lideranças do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) composto por diversos sindicatos criticaram o adiamento do leilão e disseram que, mesmo após a adesão do Rio à recuperação fiscal, nada mudou. Afirmaram ainda que o cenário tira as esperanças do funcionalismo de receber os salários em dia. Eles reforçaram a convocação para o ato dia 8 de novembro, na Alerj.
Policiais civis
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Márcio Garcia disse que a notícia frustrou ainda mais a categoria. “Estamos dependendo disso para receber atrasados. Agora, a gente conta que o governo honre sua palavra e pague o que deve aos policiais”, afirmou ele, que questionou: “Vão acumular a folha do 13º de 2017 e como vão pagar isso?”.
Bombeiro e Degase
Mesac Eflain, presidente da Associação dos Bombeiros, declarou que promessas do estado e da União não são cumpridas: “Há lentidão e burocracia para socorrer servidores que estão passando fome”. “Após o governo defender que a recuperação fiscal seria a única solução, causa espanto sequência de adiamentos do leilão”, criticou João Rodrigues, do Sind-Degase.
Saúde agoniza
Diretor da Associação dos Servidores da Vigilância Sanitária (Asservisa), André Ferraz lamentou a demora para os recursos chegarem. Segundo ele, a Saúde é a área com a menor média salarial do estado. “(Enquanto há adiamentos) Há uma crise seletiva, que deixa servidores (com menor renda) mais fragilizados enquanto outras categorias, como deputados e magistrados, ganham em dia”.
Docentes da Uerj
A assinatura da recuperação fiscal foi atacada por muitos servidores, como os da Uerj. E o presidente da Associação de docentes da universidade (Aduerj), Guilherme Vargues, voltou a criticar o acordo: “É mais uma irresponsabilidade política e econômica do governo estadual para sair da crise que ele mesmo produziu. É um acordo imposto pela União que devasta a economia do Rio por décadas”.