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Beltrame: Controle total sobre cada passo dos policiais

Sindpol RJ Comente 29.05.11 1630 Vizualizações Imprimir Enviar
“O policial tem que prestar serviço. Tem que ver a sociedade como cliente”
  Beltrame: Controle total sobre cada passo dos policiais

29/05/11 – POR JOÃO ANTÔNIO BARROS
Rio – O sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora ganhou um novo capítulo na agenda do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Ele já elegeu as novas metas para fazer do Rio de Janeiro a capital da paz durante os jogos da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016): equipar batalhões e delegacias com tecnologia capaz de aperfeiçoar o atendimento do 190, baixar o índice de criminalidade e vigiar a tropa em tempo real.

Adepto das novidades digitais, ele estuda implantar GPS nos radiotransmissores dos PMs e instalar ponto biométrico para fiscalizar a escala de plantão. E planeja substituir os gladiadores pelos prestadores de serviço à sociedade. O primeiro passo já foi dado: vai alterar a grade curricular das academias das polícias Civil e Militar. Quer mais aulas de humanas e sociais e menos de burocracia.
“Por que 12 horas de aula só para ensinar a preencher um boletim?”, atesta o secretário, que espera dificuldades ao implantar as UPPs na Rocinha e Manguinhos: “As próximas serão as mais difíceis”.

O DIA: As UPPs foram o grande fenômeno da gestão do senhor no primeiro governo de Sérgio Cabral. Qual será a marca destes próximos quatro anos?

BELTRAME: A tecnologia da informação e a educação farão a diferença a partir de agora. É preciso entender que o policial era preparado para ir à guerra, agora ele tem que prestar serviço. Queremos o policial que tenha a população como cliente. Que saiba atender o asfalto e a comunidade.

Então, a atenção estará nas academias das polícias Civil e Militar?

BELTRAME: Trouxe a equipe de educação do Balestreri (Ricardo Balestreri, ex-secretário Nacional de Segurança Pública) para rever a carga horária e as disciplinas. Não podemos ter 12 horas de aula para ensinar o aluno a preencher um Brat (Boletim de Acidente de Trânsito).

Alguma disciplina em especial vai fazer parte da nova grade dos recrutas?

BELTRAME: Pretendo ter mais disciplinas das áreas humanas e sociais. Já estamos pagando a hora-aula para os professores. Estudamos para prestação de serviço e existem práticas de polícia-cidadã que pretendo ver nas academias.

É o passo para reduzir o número de policiais com fuzis nas ruas e aumentar o uso de armas não letais?

BELTRAME: No momento em que pacifico, que derrubo muros impostos por armas de guerra, por que eu, que estou pacificando, vou usar armas de guerra? Temos que desarmar. E não é tirar a arma do policial. É dar mais uma opção. O fuzil pode ficar na viatura, por exemplo. O foco está no treinamento, na capacitação do policial.

O senhor elegeu a tecnologia como a sucessora da UPP. Ela já auxilia a reduzir o crime?

BELTRAME: Já temos algumas ferramentas testadas e vamos ofertar para os comandantes de batalhão. Eles poderão acompanhar em tempo real, pelo computador, desde a chamada do 190 até o registro na delegacia, saber cada passo da equipe na rua, quantos minutos uma viatura levou para atender a ocorrência. Podem planejar as ações, terão as manchinhas para mostrar onde deve ficar o patrulhamento.

Mas está funcionando?

BELTRAME: Vou reunir os comandantes esta semana para apresentar a eles o observatório (rede desenvolvida pelo Instituto de Segurança Pública). Ele não vai ajudar apenas no patrulhamento. A tecnologia também vai ajudar a fiscalizar, a controlar.

A tecnologia vai controlar a tropa nas ruas?

BELTRAME: Claro. Vamos ter uma rede online, de maneira que você tenha no batalhão um registro de armas e saiba quem saiu com as armas e que tipo de armas cada um está usando. Isso na tela do computador. Assim, o comandante pode decidir se aquela viatura, com aqueles policiais, é a mais indicada para ser deslocada para a ocorrência. Além do controle das armas.

Há falhas no controle?

BELTRAME: O policial chega ao batalhão às 10h, pega duas pistolas, um bastão, spray de pimenta, dois carregadores, assina lá um termo no sebo e sai. Tem que ter controle, tem que botar o dedo (ponto com controle biométrico) para saber se está de plantão. Temos que ter um GPS nos radiotransmissores dos policiais para ver o que eles estão fazendo, para saber o que o policial foi fazer lá… Foi pegar pizza? Os carros já têm GPS, agora vamos ver o dos rádios. O comandante vai saber onde estão os homens dele na cidade.

O baixo salário pago aos policiais não serve de incentivo à corrupção?

BELTRAME: A corrupção existe não só por causa do salário, mas por falta de controle. Hoje, a fiscalização é feita pelo supervisor. Ele pega um carro e visita o primeiro posto. No segundo, o primeiro já avisa: ‘Olha, ele passou aqui’. Se só combate resolvesse, não haveria mais milícia.

O senhor acha que existe prazo de validade para os gestores de delegacias e batalhões?

BELTRAME: Um ano no comando está bom. Se ele foi bem no Leblon, porque ele não pode ser bom também em Japeri, em Itaperuna? Comandante de batalhão tem que ter um teto: um ano está mais do que bom. Ele não pode criar limo.

Acompanhamento em tempo real
Na reunião com os comandantes de batalhões, o secretário vai apresentar a última versão do observatório de análise criminal. Agora, os coronéis vão poder acompanhar a distribuição das viaturas nas ruas e o atendimento das ocorrências desde o chamado no 190 até o registro na delegacia. Tudo da tela de qualquer computador, em casa ou no batalhão, e em tempo real.

O novo observatório traz no mapa bem mais do que o posicionamento de viaturas e policiais. Indicará o armamento usado por cada um dos agentes e os dados da mancha criminal até o dia anterior. Contará não só as informações geradas pelo 190, mas também dos registros na delegacia.

Outra novidade é que na mesma tela do computador vão aparecer os dados das metas de avaliação de desempenho de cada unidade. “Isso vai garantir rapidez nas análises. Ninguém vai precisar esperar dias para obter as dados”, revela o tenente-coronel Paulo Augusto Teixeira, diretor-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Para ajudar os comandantes dos batalhões a interpretar tanta informação, aspirantes recém-formados aprenderam na academia como usar as novas ferramentas.
Fonte: O DIA (com adaptações).

OPINIÃO SINDPOL/RJ

O SINDPOL/RJ afirma que o tratamento dado para a Polícia Civil do Rio de Janeiro deve ser equivalente ao seu papel constitucional, ou seja, de polícia judiciária, de polícia investigativa. Como manter o sigilo das investigações com a publicidade on-line de um registro na delegacia?
Quanto a ACADEPOL, acreditamos que realmente é necessária uma reformulação de sua grade disciplinar, reduzindo algumas excessivamente burocráticas e aumentando outras disciplinas mais importantes, com destaque o aumento, com urgência, das horas disponíveis nas aulas de armamento e tiro.

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