O Sindicato dos Policiais do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol-RJ) se manifestou nesta quarta-feira, 29 de outubro, sobre a operação realizada no dia 28 no Complexo da Penha. A megaoperação Contenção resultou em prisões, apreensões e, infelizmente, na morte de quatro policiais, evidenciando a gravidade do enfrentamento diário ao crime organizado no estado.
Representando o sindicato, o presidente Wagner de Paula expressou sua solidariedade às famílias dos policiais mortos: os civis Marcos Vinicius (Máskara) e Rodrigo Velloso Cabral, e os militares Heber Carvalho da Fonseca e Cleiton Serafim Gonçalves, ambos do BOPE. “Queremos manifestar nossa solidariedade às famílias dos policiais, verdadeiros heróis da sociedade que foram vitimados no combate de ontem”, disse Wagner, destacando o compromisso dos profissionais com a segurança da população. Ele reforçou ainda: “Como policial, operador ativo da segurança pública, não posso afirmar que a operação foi 100% exitosa, porque uma vida nossa não vale mil vidas deles.”
Resultados expressivos da operação
A ação teve impacto relevante sobre a organização criminosa que atua naquela região. Foram registradas 113 prisões, incluindo 33 de outros estados, 10 adolescentes apreendidos, 118 armas confiscadas (91 fuzis), milhares de munições, toneladas de drogas e 117 criminosos neutralizados.
O Sindpol-RJ enfatiza que os números comprovam que o Rio de Janeiro vive um estado de guerra permanente, e que o planejamento da operação, resultado de mais de um ano de investigação e três meses de articulação entre Polícia Civil e Militar, demonstra a seriedade e complexidade do trabalho das forças de segurança.
Apoio federal e integração entre forças
O sindicato destacou a necessidade urgente de participação efetiva do governo federal no apoio à segurança pública no combate contra o crime organizado. Wagner de Paula ressaltou que o estado do Rio de Janeiro não produz armas nem drogas, que chegam por estradas, portos e aeroportos, e que os policiais precisam concentrar suas energias exclusivamente no combate ao crime organizado: “O apoio financeiro e estrutural é indispensável. Os servidores da segurança pública precisam ser valorizados e equipados para atuar com segurança e eficiência.”
Ele também enfatizou a importância da integração entre estados, União e municípios, com sistemas de informações compartilhadas e atuação conjunta: “O crime organizado atua de maneira muito mais dinâmica e eficiente. As polícias estão sempre correndo atrás, porém estão muito atrás do crime organizado.”
Mensagem à sociedade
Wagner pediu a população para avaliar com atenção os representantes políticos: “A segurança pública será a principal pauta para as eleições de 2026. Muito cuidado com políticos que falam nas redes sociais, mas não produzem resultados concretos. Procurem conhecer os projetos e a atuação de quem representa a sociedade antes de votar.”
O Sindpol-RJ reafirma seu compromisso com os profissionais de segurança pública, com a defesa da vida e com o combate ao crime organizado, conclamando governo e sociedade a reconhecerem a dimensão do problema e a se mobilizarem por políticas públicas efetivas.
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